quarta-feira, 11 de março de 2009

A entrar num mundo desconhecido.

Subo a rua. Não sei para onde. Apenas subo. É um daqueles dias que te sentes bem, faças o que fizeres. sentes-te bem. Respiro o mundo, e o mundo que já passou vem me a memória. Lembro-me ainda bem de ti. Fazes-me falta. Sorrio espontaneamente, puxo um cigarro, e continuo a subir deixando para trás fumos. Fumos que em tempos foram meus. Já não são agora. Tudo é efémero.
Pessoas passam por mim, algumas sozinhas apressadas para saírem da solidão da noite, ou apenas para irem para uma mais confortável, outras em grupos riem em grande alvoroço enquanto se dizem piadas e se fazem prognósticos da noitada que se aproxima. Não me interessa. Hoje sinto me bem.Tem lume? Tenho sim e acedo ao pedido enquanto apago o cigarro e penso que pessoas bonitas não deviam fumar, envelhece a pele, tira-lhe o brilho. Ela devolve-me o isqueiro, guardo-o no bolso para mais tarde acender o meu cigarro. Devia deixar de fumar, penso. Ela não era bonita.
A subida já está a terminar, á frente começava a “zona dos bares”.Penso naquilo que vou pedir para beber. Preciso de festejar. Sinto-me bem hoje. Bares apinhados de gente, musica alta, de merda, o cheiro pestilento a vómitos. Entro no primeiro aceitável, chego-me ao balcão e peço um whisky velho. Pode ser aquele. Sim. Lentamente e compassadamente vou bebericando o meu whisky. É um bar mais clássico, a musica esta com o volume certo, ouve-se. Não esta cheio, mas não precisa de estar. Esta bom. Hoje tudo estava bom. Acendo um cigarro, já não me recordo da pessoa a quem dei lume vinte minutos atrás e penso nisso. Cruzamos e interagimos com varias pessoas durante um dia, mas elas não interessam,já ninguém interessa a ninguém. Como seria ela? O que faz ela? Onde ia? De onde vinha? De trabalhar talvez penso. começo a ficar aborrecido com o meu próprio pensamento, e mando vir mais um whisky. Uma rapariga senta-se ao balcão mesmo ao meu lado. Tantos lugares vazios e senta-se ao pé de mim. E é bonita. Cabelo preto, olhos pretos, um bom par de mamas, nem muito grandes nem muito pequenas, o ideal. Ola Estou a festejar, posso-te oferecer uma bebida. Já que insistes posso beber. Alguma preferência ? Cerveja está bom. Eu Também acho. Mando vir a bebida.
Eu sou o Nuno. Inês. Então o que fazes? Faço tudo por 100 euros!! Riu-me sozinho. Devem pensar que sou doido. Olho para o lado e lá está ela, não a conheço e falta-me coragem para conhecer. É bonita. Ei! Tu! Diz qualquer coisa, Penso enquanto acabo o meu whisky. Ela não diz e eu saio rendido a minha cobardia para continuar a subir a rua. Não sei para onde. Apenas subo.

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